quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Moda Consciente

Compartilhar e reciclar!

Se na vida a gente recicla muitas coisas, o mesmo podemos fazer com a moda.
Nossas roupas não precisam ser descartáveis.
Não estou dizendo que devemos parar de comprar. Mas comprar com consciência.
No momento em que você doa ou vende sua roupa que não usa mais à um brechó ou bazar beneficente, outras pessoas poderão utilizá-las. E a busca do “novo” não é tão necessária, não a todo momento.
Muita gente não sabe o que existe por trás do excesso de consumismo na moda. A mão de obra escrava e o impacto ambiental
O documentário "The True Cost" retrata bem essa triste realidade.


Trabalhadores nas grandes fábricas de costura asiáticas se sujeitam à péssimas condições de trabalho e salários miseráveis, por falta de alternativa. Vivendo sem o mínimo necessário que um ser humano precisa. Sem educação, sem saúde, levando seus filhos para o trabalho por não terem com quem deixar. São tratados e vistos como "coisas" e não como gente. 


O consumo desenfreado pela moda rápida e barata acaba incentivando a terceirização de mão de obra barata (escrava) causando grandes tragédias.
Centenas de mulheres e crianças foram mortas em fábricas incendiadas ou que desabaram por falta de estrutura adequada.

Essa mulher conta que uma das paredes do prédio em que trabalhava e que já possuía rachaduras caiu sob suas pernas. Ninguém tomou providência.

A moda rápida e barata não tem nenhuma preocupação com um conceito ou criação, nada disso. Sendo único interesse o lucro. O que os grandes comerciantes querem é vender rápido, em grandes quantidades e lucrar muito. Lucro esse que só favorece à eles mesmos, comerciantes.


Menores de idade também trabalham nesses ambientes.

O descarte de produtos químicos das indústrias têxteis afetam de forma catastrófica o meio ambiente e consequentemente à água e os alimentos, fazendo com que o mísero salário desses trabalhadores sejam para comprar medicamentos.
O mesmo acontece na agricultura, trabalhadores morrem intoxicados no cultivo do algodão que exige cada vez mais pesticidas ou agrotóxicos. 

O comerciante justifica que para seu negócio sobreviver é preciso cobrir o preço do concorrente. Uma camiseta é vendia por 5 dólares, se o concorrente vende por 4 dólares, ele é obrigado vender por 3. E isso só é possível com a terceirização da mão de obra. 
Dessa forma o trabalhador dessas fábricas ganha cerca de 2 dólares por dia na Ásia, para abastecer as grandes lojas.

Muito comovente, uma trabalhadora em seu depoimento pede que não comprem as roupas que foram feitas com seu sangue e o sangue de seu filhos. 

Trabalhadores e seus filhos (Índia).

Apenas 10% das roupas que os consumidores não usam mais vão para os brechós. O restante vai para o lixo.
Antigamente compravam-se 3 ou 4 peças de roupa por ano, hoje a cada festa ou balada pessoas sentem a necessidade de comprar peças novas. O poder de compra aumentou nos últimos anos ou as roupas estão baratas demais? 

São jornadas de trabalho excessivas. 

Desconfiem de roupas baratas demais, procurem saber de onde vem essas roupas para que a gente não alimente cada vez mais esse mercado fast-fashion.
Pessoas voltando e indo para as fábricas.

Quem puder assistir esse documentário saberão melhor o que vi e estou abordando nesse blog. Afinal é de extrema importância essa consciência. 
Na região onde moro tem pelo menos 10 lojas com nome "Tudo 10,00". Camisetas, shorts, calças, vestidos. Qualquer peça custa R$ 10,00. Uma vez perguntei ao vendedor, quanto era seu lucro em cima de cada peça e ele respondeu que ganhava R$ 2,00. E o aluguel da loja, um barracão, 3 mil por mês. 
Com essa informação não é difícil a gente perceber que tem algo errado acontecendo.
E nas grandes lojas também isso acontece, principalmente em grandes marcas populares.

Tudo bem que estamos vivendo uma crise mundial, veio a inflação,foi preciso baixar os preços. Mas devemos pensar naqueles que, para sobreviver têm de arriscar suas vidas. Sejamos justos.

Hoje com a internet e o comércio on-line estamos na era do "compartilhar, trocar, reciclar". Isso é muito bom e podemos aproveitar mais. Existem brechós on-line, um deles é o "Repassa", muito conhecido por divulgar produtos bons, usados, novos e semi-novos, pensando no bem comum. 

Então amigos, seja porque não serve mais ou porque enjoou, pare e pense. Será que realmente preciso comprar outro vestido, ou mais blusas?

Aqui vão algumas dicas do que podemos fazer com nossas roupas.

Eu peguei um vestido que não gostava mais, retirei as alças e transformei numa saia.

Esta bermuda era um macacão, tirei a parte de cima e de baixo, cortei até altura dos joelhos, depois a costureira só fez a barra.


Este colete jeans era uma camisa na realidade, que me cansei e pedi pra cortar as mangas pra poder usar no calor, e assim fazer a regra da terceira peça, que está super na moda.

Tem muita coisa que podemos fazer de legal com nossas roupas, uma delas é a customização. Tenho várias peças customizadas, é muito bacana. Falarei melhor em outro artigo.

O documentário "The True Cost" também fala da possibilidade do comércio equitativo. É aquele em que favorece condições de vida decentes aos trabalhadores da indústria têxtil e das fábricas de costura, e os produtos são vendidos a preços justos e acessíveis à população. Não visando somente o lucro.

Segue trailer do documentário:

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